domingo, 8 de agosto de 2010

CANÇÃO DO EXÍLIO II

Ontem de manhã acordei ao som do Bem-te-vi. Moro na Grande São Paulo, mas por alguns segundos parecia que eu estava tirando férias num sítio.
É bom acordar com o canto dos pássaros ao invés de buzinas, caminhões, ônibus, motos. Um dia ainda pretendo ir embora de São Paulo. Quero sair dessa muvuca, respirar um pouco de ar fresco, deixar minha janela aberta sem ter que me preocupar com o bandido. Enfim, viver...
Apesar de não gostar muito da casa e do bairro onde moro, fiz uma poesia sobre eles:

Minha casa

Não tem palmeira

Mas tem coqueiro

Só que até agora

O sabiá não veio.

Minha casa não é engraçada

É simples, é pobre

Mas é o melhor lugar do mundo.

Minha casa não tem jardim,

Mas tem paz,

Aconchego

E uma grade na janela.

Minha casa não é no campo

Não é na praia

Não é na montanha.

Ela fica aqui

Num cantinho qualquer

Da periferia.




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